Por Sandra Annenberro
O projeto de lei que pretendia regulamentar a terceirização do trabalho do Brasil foi aprovado no Congresso Nacional e vai à sanção presidencial. Essa foi a ressuscitação de um projeto de 1998, da era FHC e já aprovado no Senado. A novidade tem agradado à parcela dos cidadãos presentes nas manifestações de coreografia ocorridas em 2016. É que eles concordam com o trabalhador terceirizado trabalhar três horas a mais e receber 27% a menos.
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A terceirização se dá quando o trabalho de alguém é vendido por um intermediário que lucra com isso. Esses intermediários seriam os empresários, muito poucos, que passarão a lucrar com o trabalho de milhões. A mão-de-obra custará menos e os direitos e garantias conquistados durante anos serão perdidos. Imagine escolas sem professores, hospitais sem médicos e enfermeiros, construtoras sem operários, todos substituídos por profissionais com menos direitos e garantias. Agora imagine uma fazenda de engenho sem uma negra à serviço. Não consegue? Provavelmente você está furioso com essa matéria.
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O projeto pretende autorizar essa prática de forma irrestrita. Basta lembrar que os maiores índices de acidentes de trabalho no Brasil são dos empregados terceirizados para ter uma breve noção de que quando uma grande empresa resolve terceirizar suas atividades, há algo errado. Redução de salários e empresas sem empregados será a nova realidade no Brasil a partir de agora. A terceirização existe para que a produção fique mais barata, o que pode camuflar o trabalho escravo no país, uma outra preocupação. Atrás do discurso de modernização da indústria e do campo estão a precarização total do trabalho e as piores formas de exploração do trabalho humano. É ir às compras de mês e enxergar nos produtos da prateleira a exploração do trabalhador, enquanto a música que toca no supermercado, ao fundo, certamente é “lêlêeeee lêlê, lelelelelelêeeeeeeee!”.
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*Todas as matérias publicadas neste site são isentas de verdade
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